Nympho - Entrevista exclusiva com Criss Sexx (Pt. 1)


Desde o começo a banda já tinha como meta seguir profissionalmente com sons autorais?
    Não. Na verdade, todos sabem o quanto é difícil fazer música em nosso país. Uma prova disso é a quantidade de pessoas que apoia a NYMPHO pela página do facebook – a grande maioria é de lá de fora. Isso sempre foi assim, desde a época em que eu fazia parte da banda paulista Bastardz. Em qualquer show, sempre tive que misturar músicas próprias com covers, o que nunca me agradou muito. Mas é assim que as coisas funcionam por aqui, não tem jeito. Com a NYMPHO você dificilmente verá um cover, digamos, de uma banda glam. Estamos tentando acabar com esse rótulo, pois somos mais do que quatro caras que querem parecer bem nas fotos. Nossos novos covers vão desde Bon Jovi e Kiss ao Metallica, não pretendemos incluir covers que possam nos rotular como uma banda glam, embora não seja segredo para ninguém que a imagem é fundamental em minha opinião. Quem ouviu o nosso novo álbum, “Alone In The Dark” já pôde comprovar isso. Há uma variedade de estilos, músicas rock & roll, músicas AOR, músicas mais pesadas e uma balada. Esse é o futuro da NYMPHO, variar dentro de nosso estilo, que chamo simplesmente de rock & roll. Será bem mais fácil fazer os set lists dos shows que estão por vir, pois estamos variando bastante nos estilos das músicas próprias e  covers do set. 
Como foram as gravações dos CDs?
    O primeiro CD foi ótimo de gravar, rápido e sem quaisquer problemas. Conseguimos logo de cara uns três selos para lança-lo nos Estados Unidos. Mas hoje, olhando para trás, mesmo sendo um bom CD emminha opinião, ele não tinha tantas grandes músicas. A distribuição não foi lá grandes coisas também, já que o dono do selo, na época, estava mais preocupado em divulgar um fanzine que ele tinha do que as bandas de seu próprio selo. Não só a NYMPHO, mas a leva de bandas que lançaram os seus CDs na mesma época pela Perris Records foram bem prejudicadas por causa disso. Já o novo CD... Um verdadeiro pesadelo! Desde o primeiro dia, houve muita tensão no estúdio – problemas entre o dono do estúdio e o guitarrista que tocava com a gente na época, depois meio que fomos passados para trás pelo cara do estúdio, e o guitarrista que estava na banda pulou fora. Acabamos sem estúdio e sem um guitarrista solo, e já com um álbum praticamente pronto, só faltando as guitarras solo e a mixagem. Demorou até acharmos alguém que encaixasse na banda, tanto musical como pessoalmente, e fomos abençoados quando Eric Provout se uniu à nós. Olavo Barroka (baixo), Pablo Pinheiro (Bateria) e eu já estamos juntos desde 2006, e isso era algo vital para nós. Daí finalizamos o “Alone In The Dark” e conseguimos lança-lo na Europa, depois de muitos, muitos problemas. Considerando o orçamento que tínhamos para fazer o disco, modestamente eu o acho um dos melhores álbuns que uma banda brasileira deste estilo já lançou. Eu queria fazer uma super produção, fazer arranjos que nunca tinha feito em nenhum de meus projetos anteriores. E foi bem difícil colocar isso em prática, mas nós da NYMPHO e pelo que sei, todos que ouviram o CD gostaram bastante do resultado.  Antes do lançamento dele, consegui o endorsement da In Tune, empresa americana que fabrica palhetas para grandes bandas como o Kiss, Alice Cooper e Twisted Sister. Voltei a pouco tempo da Inglaterra e saiu a crítica do CD na revista Fireworks de lá, e foi bem positiva. Disseram que o único ponto fraco do álbum é a balada “Dreams Are Not Enough”, uma de minhas músicas favoritas dele, pois era uma cópia de “Every Rose Has Its Thorn”, do Poison. É realmente difícil fazer uma balada e a mesma não soar como algo escrito pelo Bret Michaels! Quem me conhece bem sabe que minhas grandes influências são o próprio Poison, Kiss, Mötley Crüe, Whitesnake... Mas como disse, foi bom ter variado bastante nesse novo álbum. Com ele pudemos mostrar que temos um diferencial, não somos apenas mais uma banda de hard rock.
Como tem sido a repercussão dos mesmos?
    Tem sido boa para uma banda brasileira. As pessoas têm falado razoavelmente com frequência sobre o novo CD, e muitas delas lá de fora estão comprando também o primeiro álbum. Algumas delas têm também o meu CD solo, que saiu quase que ao mesmo tempo que o primeiro da NYMPHO. Isso é realmente gratificante. É inacreditável que algumas estações de rádio da internet, e mesmo algumas de rádio de verdade toque nossas novas músicas entre músicas novas de grandes bandas como o Tyketto, Trixter e Dee Snider, por exemplo. Aqui no Brasil, no entanto, as coisas não mudam muito, principalmente por causa da competição imbecil que há entre as bandas do estilo e pela desvalorização dos artistas brasileiros. Isso não acontece no heavy metal, e é uma postura que realmente admiro entre essas bandas. Fizemos apenas dois shows para divulgar o novo álbum, mas logo faremos mais. A ideia é continuar tocando em todos os lugares que possamos ir. Agora basta ter alguém disposto a investir, pois é realmente injusto tocar de graça. É como geralmente funciona por aqui, isso quando a banda não tem que pagar para tocar. Estamos juntos há seis anos, e essa nossa fase já passou. Estamos dispostos a tocar em qualquer lugar, mas sendo respeitados como artistas. Isso é o que realmente leva muitas bandas a desistir de continuarem, muitas vezes, um bom trabalho – a falta de apoio que nós, músicos aqui do Brasil, temos em nosso próprio país.

//Sanctus

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